(…) “Podes partir. De nada mais preciso / para a minha ilusão do Paraíso.” David Mourão-Ferreira
Se o Paraíso não está nem antes nem depois, a existir só agora pode ser, o que pressupõe que as categorias de passado, presente e futuro não passem de dimensões do agora. E creio ser essa a procura do existencialismo que para se afirmar, rejeitando o passado e o futuro, inaugura o parque da memória, escalando os prazeres em sedução, conquista e história dita /escrita.
Olhando um pouco mais de perto, embora não o tenha dito, foi essa a lição do poeta Vasco Graça Moura, ao convidar-nos a dizer, ouvir, memorizar os versos do David Mourão-Ferreira. Em cada verso escorre o agora, nas suas dimensões de passado, presente e futuro… E esse é o território da poesia, do ser… e sempre que ela acontece, o paraíso ganha corpo.
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