Esta madrugada a chuva era tão intensa que a minha mente, vá lá saber-se porquê, me martelava os versos de Camões: «Chove nela graça tanta / que dá graça à fermosura»
E ia pensando se aquela chuva ainda poderia ressarcir esta terra dos danos que todos os dias lhe acrescentamos, enquanto Platão me acenava que aquele precipitado me poderia servir para explicar a importância dos seus arquétipos.
Ao levantar-me, não posso deixar de pensar nesta estranha forma de acordar em que a teoria platónica entrou pela garganta de Camões dando forma a uma explicação nada ortodoxa e, de certa forma, anacrónica.
Mas que a chuva caía, caía! E sem tropeçar!
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