Lembro-me do professor responder “Não, o sentimento é sempre o mesmo. A “tristeza” é a “tristeza.””
Acontece que dou por mim a ler livros onde, por exemplo, a palavra “soturnidade” é usada em detrimento da palavra “tristeza” e tenho a perceção que por isso não consigo perceber o livro da mesma maneira. Julgo que seja uma tristeza que eu não tenha vivido,
e por isso se encontre escrito com uma palavra mais “colorida”. Só que isto parece reforçar a ideia de que esta “tristeza” não é a tristeza e que existem vários tipos de tristeza… (de um jovem inquieto)
O modo como exprimimos o sentimento é que varia…
Sentimos antes da representação, verbal ou outra. E essa representação é que é determinada pelo objetivo que queremos atingir… Ao anunciarmos que o sentimento foi de "tristeza" ou de "soturnidade", já estamos a pensar num efeito mais genérico ou mais sensorial…
A sinonímia ajuda-nos a tipificar sensações, a graduá-las segundo conveniências, por vezes, inconfessáveis.
Na verdade, nós não lemos sensações, esforçamo-nos por interpretar representações, verbais ou outras, de alguém que tem o poder de nos enganar.
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