12.1.22

O evangelho de José Saramago

 

O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de Saramago. Só agora o li... e já passaram 30 anos...

Atraso indesculpável, não sei. Segui o escândalo, mas isso não tornou a leitura prioritária. Conhecia as personagens envolvidas, umas distantes e outras próximas, e também sabia que o tempo se encarregaria de separar as águas...

Neste último Natal,  decidi meter mãos à obra, e fui avançando, primeiro um pouco pesaroso e depois mais interessado no debate entre Deus, o Diabo e Jesus... Claro que ia avisado, se não estivesse atento à ironia, tudo acabaria num processo de aceitação ou de rejeição conforme a disposição mental...

No essencial, Saramago questiona o Deus inventado pelas religiões judaica e cristã - um deus imperialista que não olha a meios para submeter os Anjos, as Mulheres e os Homens, no último caso, representados por José e Jesus de Nazaré.

O surpreendente é o Diabo e  Jesus que, apesar de terem entendido muito bem as  consequências para a Humanidade da estratégia de Deus, se deixarem reduzir a ovelhas mansas... Como diria o Pastor, não aprenderam nada!

Terminada a leitura, e salvaguardados os méritos lierários do Autor, confesso que a interpelação de Saramago em nada se distingue da minha. E nesse aspeto, o Evangelho de Saramago não deveria ser atribuído a Jesus.

A não ser que José Saramago se identifique com Jesus e tenha aproveitado o mito para ajustar contas com o Pai... Será que Saramago aprendeu alguma coisa?

Sem comentários:

Enviar um comentário