29.8.23

Do Nilo para esta estranha terra...

 

Os amigos acham graça, mas isto de migrar é cada vez mais duro. Estou aqui à espera da minha companheira e ela não aparece... Não acredito que se tenha perdido nem que se tenha deixado enfeitiçar por outro ganso. Entre nós, a fidelidade não se compromete...
Por outro lado, esta água esverdeada, que desaparece aos poucos, convida-me a sair daqui. Mas para onde? Os lagos desta terra são tão pouco fiáveis.
Por vezes penso que, um destes dias, a água desaparece por inteiro... e que vai ser necessário lançar-me ao pescoço dos patos reais que por aqui vão aterrando... e lá morre, de vez,  a Moral.

A verdade é que os amigos, que se entretêm com a desgraça, andam cada vez mais sós. Falam para dentro ou talvez para fora, não chego a compreender...

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