Olho as margens dos rios do meu pobre país e raramente vejo sinal de presença humana, como se, por decreto divino, o homem tivesse sido expulso da terra.
E quanto mais penso no assunto, mais me convenço que esta ausência nos foi exigida, não por Deus, mas por aqueles que, agora, nos exigem o retorno…
Deslumbrados com o euro, hipotecámos o escudo, abandonámos os rios e voltámos a importar tudo, como já acontecera nos séculos XVIII e XIX.
Se quisermos recuperar o rumo, comecemos por reduzir as importações e, no caso de insistirmos no supérfluo, não hesitemos em aumentar-lhe o IVA…
E quando o essencial começar a faltar, voltarei a olhar as margens dos rios, novamente, habitadas e produtivas…