30.3.11

As margens dos rios…


Olho as margens dos rios do meu pobre país e raramente vejo sinal da presença humana, como se, por decreto divino, o homem tivesse sido expulso da terra.

E quanto mais penso no assunto, mais me convenço que esta ausência nos foi exigida, não por Deus, mas por aqueles que, agora, nos exigem o retorno…

Deslumbrados com o  euro, hipotecámos o escudo, abandonámos os rios e voltámos a importar tudo, como já acontecera nos séculos XVIII e XIX.

Se quisermos recuperar o rumo, comecemos por reduzir as importações e, no caso de insistirmos no supérfluo, não hesitemos em aumentar-lhe o IVA…

E quando o essencial começar a faltar, voltarei a olhar as margens dos rios, novamente, habitadas e produtivas…

1 comentário:

  1. Mesmo com os governantes e os governos a «meterem água», espero que o país não vá parar ao oceano, a navegar por aí fora, como em certa fábula saramagoesa...e que restem os rios e as suas margens, nem que seja para olhar!
    I.G.

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