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20.4.15

O desconsolo de tanto naufrago da terra

Bom seria que o sol brilhasse por dentro. Não é tanto o frio, mas o desconsolo de tanto naufrago da terra de ódio, de guerra, de discriminação, de fome... Aqui, na europa, a insensibilidade é absoluta, pois, em vez de cerrar fronteiras, bem poderia ter apostado na cooperação económica e cultural com os povos do norte de áfrica, com vantagens mútuas...
Sempre que se levantam muros, criam-se condições para que hordas famintas acabem por os derrubar. Sitiados, os europeus deixam morrer às portas os vizinhos, e um destes dias morrerão eles próprios de inação.
A europa atual não é mais do que uma quimera, refém de um eurismo que, por si só, acabará por cair às mãos de hordas famintas, internas e externas. Mais uma vez tudo se joga no mediterrâneo...  

10.8.12

Um Passeio pela História

«Que me importa /o perfume das rosas /os lirismos da vida /se meus irmãos têm fome?»Agostinho Neto, A Renúncia Impossível

Ao longo dos anos, fui construindo enunciados cujo fim era sintetizar conhecimento e contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e mais livre. Entretanto, céptico, fui assistindo ao crescimento da liberdade que foi pondo termo aos vários muros instalados um pouco por todos os continentes. E essa desconfiança tinha razão de ser pois, nas últimas décadas, essa liberdade em vez de trazer mais justiça trouxe mais desigualdade.

Ao arrumar os papéis, indeciso entre rasgá-los e queimá-los, acabei por tomar a decisão de os disponibilizar. Incompletos e trapalhões, vou-os deixando em http://sites.google.com/site/salamcg/

Nesses papéis, encontrei os versos do poeta Agostinho Neto, que cito porque também ele sentiu a confusão bíblica que se instalara entre os homens. E por caso, hoje, vi parte de um filme sobre François Mitterrand “Um Passeio pela História”, e dei comigo a pensar que aquele homem, que governara a França entre 1981 e 1995, tinha percebido completamente os perigos que a Europa corria, pois, em vez dos princípios, o mundo passara a ser dirigido pelo capital.

28.7.11

A pobreza…

Na cidade, a pobreza é mais grave.

Invisibilidade. Violência. Indigência.

A pobreza na cidade é mais grave do que nos campos, porque é possível escondê-la, dela morrer anonimamente; porque a rejeição e a marginalização despertam naturalmente uma resposta violenta; porque facilmente se cai na indigência, perdendo qualquer sentimento de auto-estima, qualquer traço de humanidade.

Neste cenário, que medidas tomam os governos contra a pobreza nas cidades? Apenas pensam na recapitalização da banca! Como se a banca não fosse uma das causas da desgraça que cai sobre nós!

À pobreza, a banca nada diz. A banca só arrasta para a pobreza…

Um governo que pensa mais na banca do que na invisibilidade, na violência e na indigência dos governados, é porque apenas serve o capital. É um pobre governo!

20.6.11

Na balança da Europa


Se a Europa nos quer expulsar do euro, o melhor a fazer é sair. E quanto mais cedo melhor!A Europa nunca nos viu com bons olhos: primeiro, invejou-nos, depois saqueou-nos. Recentemente, enfeitiçou-nos. E para quê?
- Para nos devorar.