«Todos os seus objetos, até o porta-moedas, têm uma história, chegam de um tempo que existiu antes de mim.» José Luís Peixoto, A Minha Avó, Cal, Quetzal, 2007
Partilho com o autor deste fascínio pela história dos seres e dos objetos, apesar de, infelizmente, não ser capaz de o acompanhar na recriação desse tempo anterior a nós. E ao mesmo tempo, vou testemunhando que essa atitude é cada vez menos valorizada.
O fio do tempo é indissociável da construção e da aprendizagem dos saberes que alicerçam a identidade de cada um de nós, de cada nação ou de cada projeto supranacional. Apesar desta evidência, vivemos num tempo em que «o anterior a nós» é desprezado, não só porque pode ser aviltante, mas, também, porque preferimos secar as raízes.
Somos porque estamos na rede, virtualmente! E esta evidência põe termo ao tempo pessoano da expansão por fazer, e torna-se em cerração…