4.3.12

Quási…

«Um pouco mais de sol – e fora brasa, / um pouco mais de azul – e fora além.», Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais… e não teria gasto o fim de semana a classificar ‘testes intermédios’!

- Afinal, o que é que me faltou? O golpe d’asa?

- Não, o rio, porque esse com mais ou menos azul continua perto, sem, no entanto, me levar ao mar…

(Ainda a ilusão de poder ser útil!)

3.3.12

Por aqui, tudo na mesma!

A dívida continua a crescer (e o peixe recusa-se a morrer!). Não há emprego e os velhos insistem em falecer.

Há quem diga que a culpa é da gripe e do frio! O argumento até parece adequado, mas não cola…

Quebrado o aquário até o peixe morre. A culpa é do bonequeiro que é cego e prosélito informático.

De posse da tramoia, o invisível bonequeiro maneja-nos como bonifrates descartáveis.

O resto é mistificação!

1.3.12

A cor da chuva…


Se a cor identifica e agrega, se a cor interdita ou autoriza, no caso da chuva, a cinza, que a acompanha, alegra.
Agora, sim, a cor é de cinza, com ou sem Quaresma!

27.2.12

Comentar…

Não sei se vale a pena responder a comentários, sejam apreciativos ou depreciativos. Em geral, um comentário serve para explicitar a substância e não para enfatizar o acessório.

Na foto desaparecida, nós vemos a flor da amendoeira que, certamente, procuraremos adjetivar. No entanto, à volta das corolas, atarefam-se as abelhas…

… e claro, na colmeia há sempre um zângão!

25.2.12

O caminho da água

Eram dois os caminhos, mas o da ponte era o preferido. A clausura da estrutura assustava-me menos que a espessura da muralha escalabitana. Durante duas horas, a carreira percorria pachorrentamente os campos alagados – os da Páscoa chegavam a ser deslumbrantes! O Tejo desmedido embalava-me na ida e no regresso. Durante três meses, sonhava com aquele caminho – o caminho da água.

Hoje, voltei a atravessar a ponte, mas do Tejo só vislumbrei bancos de areia, e senti-me mais só do que naqueles meses em que, outrora, vivia cercado pelas muralhas fernandinas.

/MCG

23.2.12

«Numa rua perto (…) Não correu mais sangue.»



«(…) esperou que Baltasar terminasse para se servir da colher dele, era como se calada estivesse respondendo a outra pergunta, Aceitas para a tua boca a colher de que se serviu a boca deste homem, fazendo seu o que era teu, agora tornando a ser teu o que foi dele, e tantas vezes que se perca o sentido do teu e do meu, e como Blimunda já tinha dito que sim antes de perguntada, Então declaro-vos casados.» José Saramago, Memorial do Convento, pág. 56, 16ª edição

22.2.12

Um tempo pobre…

Ao lado, um casebre em degradação no casco da vila. Por detrás, as muralhas, parte delas, em ruínas…

O arco, abandonado à sorte da natureza, esconde-se, envergonhado da nossa inépcia.

É essa inépcia que explica o nosso cativeiro!