20.3.20

O tempo subjetivo 1

O tempo, apesar de dizerem que a Primavera já chegou, estagnou. 
Lento, o tempo vive ao ritmo dos sábios do momento e das hesitações do governo... 
(No meu caso, há quatro dias que me asseguram que faltam três dias, sabe-se lá para o quê...)
Este é certamente um ponto vista subjetivo, porque o tempo para quem tem de preparar e tomar decisões, para quem cuida da saúde de todos nós é avassalador, extenuante e cruel.

19.3.20

Na foz

Foz do rio Trancão
Na foz do rio, há muita vida! 
Por mais que a nascente se distancie, ainda resta muito tempo, mesmo que o dia pareça aziago... 
Se olharmos atentamente, talvez compreendamos que o distanciamento é uma virtude, que a efusão é promíscua...
Olhemos apenas! Aprendamos a apreciar a distância... sem Lídia... sem Ricardo.

18.3.20

A má-língua não ajuda em nada

Em matéria de COVID 19, o melhor é cumprir as regras que estão a ser determinadas.
Deixemos as críticas, a não ser que ajudem a solucionar, para momento mais oportuno.
Vivemos um tempo em que a decisão, seja ela qual for, é extremamente penosa para quem a toma.
A má-língua não ajuda em nada, tal como os comentários de quem nada percebe da gravidade da situação.
Há canais de televisão e redes sociais que estão a prestar um péssimo serviço à comunidade, pois mais não fazem que alimentar-se da desgraça alheia.

16.3.20

O vídeo do ME aos Pais

Conselhos do Ministério da Educação aos Pais

O vídeo é apelativo. Pressupõe, no entanto, uma realidade que o Ministério da Educação sempre descurou... 
Falta formação de professores e faltam ferramentas e conteúdos. Tudo o que existe é obsoleto. 
Como professor, estou à espera que o ME lance um vídeo em que mostre aos professores o trabalho desenvolvido na área do ensino à distância e, sobretudo, como é que em poucos dias se estabelece a conexão entre professores e alunos, a não ser que se entregue a tarefa a duas ou três editoras...
Há certamente nichos capazes de satisfazer os sonhos do senhor ministro da educação, mas o país real não cabe num vídeo e muito menos na propaganda do ministério da educação... e claro dos seus acólitos!
Ah! E aproveitem para ler a obra da Margarida Pinto Correia!

14.3.20

Vou estar aqui

Vou estar em casa. (Só saio se a tal for obrigado.) À espera, não do Godot, mas de quem necessite de mim. Por exemplo, os meus alunos podem aproveitar para tirar dúvidas, para solicitar o teste agendado para o dia 17... Basta enviar e-mail para macagomes@hotmail.com ou macagomes@gmail.com.
Quanto ao resto, vou seguir as instruções oficiais, abster-me de seguir as redes sociais e as televisões públicas ou privadas, de contribuir para a desinformação em curso e para o alarmismo decorrente.

12.3.20

E por agora, alguém é toda a gente

A luz frontal provoca-me dor de cabeça. Sempre que o inverno se aproxima do termo, começa a enxaqueca.
Verifico a tensão arterial e ela tende a subir, o que me leva a pensar que essa subida é a causa da dor de cabeça. Tomo o medicamento estabilizador, e a descida é ténue, sem eliminar o mal-estar. Desconfiado do efeito, leio a bula e descubro que o medicamento também pode provocar dor de cabeça.
E depois viro-me para a velha sinusite que aprendi a associar às alergias. Combato-a com um anti-histamínico... (Durante o sono não tenho dor de cabeça, creio.) O efeito é temporário!
Agora dizem-me que um dos sintomas do COVIDIS 19 é a dor de cabeça., a qual, perante a informação, começa a andar à roda...
Procurando afastar a ideia de que possa estar a ficar hipocondríaco, meço a temperatura: raramente ela chega aos 36 graus. E depois, há a tosse e os espirros e apercebo-me que deixei de tossir e de espirrar... só que tal não me tranquiliza - afinal, este ano a médica de família sujeitou-me à vacina contra a gripe - temo que ela mitigue os sintomas... e neste caso, gostava que a situação fosse menos ambígua.
Por mais que me indague, não sou capaz de determinar a causa da dor de cabeça que, ultimamente, se agrava sempre que alguém se pronuncia sobre matéria que desconhece. E por agora, alguém é toda a gente...
De momento, estou nesta sala, sozinho, sob o efeito de seis lâmpadas fluorescentes, os óculos colocados de parte, à espera que a dor de cabeça desapareça. Entretanto... as escolas vão fechar a partir de segunda feira até ao final de março... e eu fico sem regresso e, certamente, com a velha dor de cabeça que, espero, incomode o menos possível...

11.3.20

Tanta vida por um fio...

Tanta vida por um fio - até a minha! - e eu por um fio espero a decisão. Está prometida para o dia doze e, de repente, quem sabe, outra decisão pode prolongar o anseio de sair desta vida para… e esse é o lado fascinante da questão: ainda não tracei o rumo, sim, porque sem caminho é só desorientação…
E com tanto fio, talvez o melhor seja seguir a lição da sardinheira…