16.6.20

São de neve...

Não sei se são ideias… talvez,  enunciados; no limite, frases ou onomatopeias mal aparadas.. Vivo de incertezas que caem quais pedras de granizo. São de neve, mas destroem…
Podia pensar em mentiras, só que no verso não encontro qualquer verdade… 
Sem verdade nem mentira, não há certeza que me sossegue...
Sucedem-se os ministros, os deputados, os cardeais… e já não percebo se são reais. Nem nos livros, me encontro - pardais saltitantes à procura do arroz integral que lhes vou servindo diariamente... e, no entanto, eles não duvidam... só suspeitam.

14.6.20

Para quê derrubar ídolos de outros tempos?

Figueira dos pagodes
Hoje cruzei-me com esta figueira ornamental (ficus religiosus oriental). Nesta primavera oferece-nos uma cor sedutora… Só que, entretanto, lembrei-me de uma ideia que matinalmente se apossara de mim: para quê derrubar ídolos de outros tempos se os jardins nos oferecem tantas plantas e árvores exóticas? Pensei, por exemplo, que por estes dias nos deixamos seduzir pelos jacarandás, apesar da goma que nos pode atirar ao chão.
E uma ideia arrasta outra. Portugal deveria venerar as suas árvores de fruto, a começar pela figueira torrejana ou algarvia... Deveria venerar a oliveira, a amendoeira, a laranjeira, a avelaneira, o castanheiro... e se ainda nos apetecesse vingarmo-nos do passado, então deveríamos começar por abater tudo o que, em nós,  é supérfluo, exótico...

12.6.20

Do Covid não há notícia nos santos populares

Popular: A rua está triste! Em Alfama, não há Covid, como se vê! Só polícias! 

Outro popular: Nem a neve cai na Serra da Estrela. Só nevoeiro! Do Covid não há notícia... nem do Sol!

Bernardino Soares: O Covid está aqui, em Loures, entre os desempregados e os precários, nos bairros pobres, nos autocarros

Graça Freitas: Uma esplanada ao longo da avenida, um grelhador...  Uma rica sardinha pode bem animar a noite dos santinhos, sem incomodar o Covid, desde que seja servida por mãos higienizadas e bocas amordaçadas...

(... até porque, em junho, o Covid prefere as estátuas dos colonizadores e dos colonialistas, indiferente à diferença...)

11.6.20

Em 1968, a gripe matou mais de 1 milhão de pessoas

Mais de 1 milhão de mortos. Já ninguém se lembra. Porquê?

Grippe de Hongkong : pourquoi on l'a tous oubliée

Grippe de Hongkong : pourquoi on l'a tous oubliée

Il y a seulement 52 ans, la grippe de Hongkong causée par un virus H3N2 partait de Chine centrale pour se propager à travers la planète. Le bilan est terrible : plus d’un million de morts dans le monde dont 30 000 à 35 000 en France. Pourtant, plus personne ne semble s’en souvenir aujourd’hui, y compris parmi les médecins qui étaient mobilisés à l’époque. Comment expliquer cette amnésie collective ? Raphaëlle Rerolle, grande reporter au Monde nous raconte cette épidémie oubliée dans Pandémie, le podcast du Monde consacrée à la crise du coronavirus.

See acast.com/privacy for privacy and opt-out information.
  • 17 min



10.6.20

Batam no homem...

Vá lá, batam no Centeno que ele merece… Não tenham vergonha! O sangue de Ourique não perdoa… Em nome de Cristo, abaixo os sarracenos  e todos os centenos de aquém e além mar!
O dia 10 de junho de 2020, com ou sem covid, nada deve a Camões a não ser a expressão "apagada e vil tristeza" que praticamos com o maior fervor, da monarquia à república, da direita à esquerda…
E como tal, este apontamento é daqueles que vai cair no olvido. Reconhecer o mérito no tempo certo nunca foi uma qualidade lusitana. Camões que o diga, apesar de todos os patriotismos que encimou ao longo dos séculos... Em vida, deixaram-no entristecer até que o vírus o levou...

9.6.20

A quente, a vingança

Apesar da vingança se servir fria, a classe política portuguesa não espera pelo inverno… Ainda agora, o doutor Centeno começou a despedir-se, e já as portas começaram a fechar-se...
Pouco importa se o rigor orçamental do ministério das finanças trouxe estabilidade ao país e alguma esperança em melhores dias, o que é preciso é evitar que ele seja nomeado governador do Banco de Portugal não vá ele persistir no seu propósito…
Lá no fundo, o homem não é um político, ao contrário do que por aí se propala, o que é muito perigoso para a classe política ávida de repartir o bolo, mesmo que ele resulte de um bodo europeu aos pobres…
Se o Centeno não serve para o Banco de Portugal, fico ansioso por conhecer as propostas da Assembleia, apesar de, constitucionalmente, o direito de indigitação não ser dela…
Que S. Francisco nos ajude!