«No princípio do Outono
ainda sobem as últimas folhas
da terra para os ramos.
Só mais tarde
caem
por instinto de sono
e ouro de recorte
num esforço de sol
a querer emendar a morte.»
Poesia V - Pontapés nas pedras
A corda está lá, mas não o prende, dá-lhe pouso, indiferente à sua presença.
O contraste estático, só o eu vejo. Mas para quê?
Estas palavras poderiam ser aladas e transparentes, mas não, são presas, mesmo sem terem sido encordoadas.
Há quem pique o ponto, mas não faça nada.
No fim do dia, devem sentir-se superiores, mas em quê? Mais valia não dar sinal de vida, deixar-se ficar na caminha…
Afinal, para que é que os colocaram na Terra? Sim, porque nascer, em muitos casos, é um exagero.
A não ser que se tenha vindo ao mundo para infernizar a vida dos outros, argumentando que eles é que são o inferno. Por exemplo, tudo seria mais simples como filhos(s) único(s).
Nunca se sabe quando o inimigo ataca. Sim, porque já não se pode confiar em ninguém.
Os povos com história são aqueles que, de forma permanente, combatem os inimigos que se vão revezando.
Durante as tréguas - formas de baixar a guarda - e, quando menos se espera, o amigo vaticina a desistência, por cansaço ou por descrença.
Duma penada, confirma-se, para 2023, a insolvência da nação e o naufrágio do PS.
E para quê? Para modificar a agenda comunicacional deste fim de semana. Talvez tenham reparado que o dia de ontem foi um dia triste para o Presidente, porque o António Costa se lembrou de celebrar a ação política de um governo de há 40 anos... e foram recordados atos pouco abonatórios.