28.2.09
No silêncio da oliveira... Vital Moreira
25.2.09
Ali, ao lado...
24.2.09
De novo, em Évora...
22.2.09
Uma ideia matinal
O dia vai adiantado, não quero, todavia, terminá-lo sem registar uma ideia matinal: quem ensina a ler autores do século XVI não deveria comentá-los sem previamente ler VIDA NOVA, de DANTE ALIGHIERI. E já agora acrescento: A Metafísica Aristotélica.
Se esssa atitude vingasse, evitaríamos leituras biografistas e psicologizantes abusivas tão do agrado dos nossos literatos de moda.
21.2.09
Aquelas pessoas
«O casamento prevê direitos e deveres entre cônjuges, a união de facto não parte do pressuposto de que há um conjunto de deveres entre aquelas pessoas.» Maria do Rosário Carneiro, DN 21.02.2009
Para além da eventual lacuna da lei apontada pela deputada, há no enunciado um deíctico espacial que me deixa perplexo: “aquelas pessoas”. A deputada, de uma assentada, delimita dois territórios: o seu (dos seus) e um outro, colocado à distância, o de outras pessoas. O primeiro é o espaço da doutrina cristã, redentora; o outro é o espaço da infidelidade ou da heresia.
No essencial, a deputada, expressão de um sistema de valores eleito, tem dificuldade em interpretar os princípios que deveriam reger o socialismo democrático: liberdade, igualdade e fraternidade.
Nesta matéria, a diferença de paradigma tem origem no preconceito.
19.2.09
A maldade e a ironia
Ao contrário da ironia, e que eu saiba, ainda ninguém definiu a maldade como uma figura de estilo. Da ironia, diz-se que ela exige conhecimento do contexto conversacional (discursivo) e cria cumplicidade, apesar de nem sempre demonstrar apego à acção ou, se quisermos, capacidade de meter as mãos no lodo…
Da maldade, a retórica pouco ou nada nos diz… o que não me impede de acordar a pensar naqueles que malham publicamente no ministro e em privado lhe lambem sorrateiramente as feridas…
15.2.09
Em 1993…
O Pecado de Sofia, de Fonseca Lobo, prende o leitor. Parece a versão feminina do Frei Luís de Sousa, sem o peso do sebastianismo. De certo modo, Almeida Garrett poderia ter baptizado o drama de O Pecado de Madalena, se não fosse a sua obsessão em libertar Portugal do jugo estrangeiro.
Fonseca Lobo recorre ao medo, à superstição, à maldição, aos dias fatídicos, ao mistério e à vítima angélica (Marília), preferindo, no entanto, o suicídio de Sofia à redenção… Quanto a Deus, este deixou de ser chamado e… o drama progressivamente encontra um desfecho simpático: a mãe que amaldiçoara as filhas, nascidas de um ventre que só gerara fêmeas, enlouquece; a filha, Sofia, que se deixara mover por um impulso amoroso e fatídico, suicida-se. Tudo em dois actos e um poço…
Em 1993, nada acontecia em Portugal. A crise não passava de uma questão de família!