28.6.24

Dos ciprestes, meus vizinhos...

 

Na foto, o homem subiu à arvore para a amputar. Não se trata de cortar ramos secos até porque no caso tal não ocorre a não ser que as raízes sequem... Na sequência do desbaste, o tronco acabará por ser cortado em segmentos de igual porte... o mesmo acontecerá aos restantes ciprestes...
Não conheço o motivo que levou o pelouro dos jardins a tal procedimento. Só sei que não houve escândalo público, a não ser o de uma portelense que resolveu fazer uma reportagem (em direto) para contestar tal atentado, no seu entendimento... Desconheço o canal, só sei que, mais tarde, a senhora revoltada me interpelou sobre se eu estava de acordo...
E eu lá fui dizendo que, se calhar, as raízes dos ciprestes se teriam infiltrado nas garagens do edifício... e ainda fiquei pensar na reação dos mortos à presença de tais vizinhos. 

27.6.24

Com o Putin à Janela



Isto de ser 'segundas escolhas', por mais que se proclame o contrário, desmotiva: perde-se o ritmo e falha-se sem motivo ... a não ser que se queira dar uma alegria ao adversário... 
Afinal, a vida dos georgianos não é fácil,  com o Putin à janela.
Só não entendo, por que motivo o Cristiano Ronaldo entrou em campo.

Agora, vem aí a Eslovénia, com o senhor  JAN OBLAK à baliza!

23.6.24

Por aqui tudo sossegado

 


No Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo, tudo  sossegado. Resquícios de limpeza dos canais e dos sapais e, sobretudo, aproveitamento do pasto ali existente em grande quantidade.

Hoje, a maré ia vazia, as aves tinham migrado, provavelmente, para o Rock in Rio... só alguns patos reais se mostravam, para além de uma garça...

Na cafetaria, os clientes de passagem aproveitavam a sombra e a cerveja. De referir, ainda, dois pescadores cada um com duas canas... e lá mais para o sul, fervilhavam os picnics... Deixá-los em sossego! 

19.6.24

Junho é assim...

 Praia e futebol.




Pelo menos, em Cascais. Trânsito caótico; restaurantes e esplanadas a abarrotar....e obras e mais obras... A maioria dos transeuntes é estrangeira.

18.6.24

Não quero acreditar


Começou o campeonato da Europa... e Portugal entra a perder. Parece que ´'meter' os velhos é solução, mas estão muito enganados... Se emendarem a mão, pode ser que eu volte a acreditar...
Há por ali demasiada ferrugem!

(Por fim, o JOVEM Francisco Conceição resolveu.) 

15.6.24

É pouco o que tenho a dizer

Terminei a leitura da Odisseia, de Homero. Finalmente, Ulisses regressou a casa, mas sem ter fundado Lisboa. A preocupação dele não era ficar, mas, sim, contornar os obstáculos humanos e, sobretudo, divinos... Nós é que nos imaginamos fundadores por decreto divino, porém a realidade é bem diferente...
Entretanto, durante a viagem de regresso a Ítaca, fui lendo O Tartufo, de Molière, esse bem mais próximo de nós: em nome de Deus, tudo fazia para enriquecer, apoderando-se dos bens dos mentecaptos que lhes surgiam ao caminho, e há  cada vez mais! 
E sem que a odisseia tivesse terminado, iniciei a leitura de Meu Pai, O General Sem Medo - Memórias de Iva Delgado. Lê-se com interesse, mas a ação do General acaba por ficar na sombra: bom pai e bom marido, até ter partido para o exílio no Brasil... Há que proteger os seus! E ficar bem na memória...
Comecei, há dias, a ler A Guerra e Paz, de Tolstoi... e ainda não sei bem o que pensar...

(Estou quase pronto a voltar à Escola, mas ainda não recebi convite. Parece que o Sr. Ministro da Educação quer que os professores aposentados retomem a carreira. Só não diz até que idade! Se for até aos 70 anos, ele que se apresse!)

8.6.24

Falar e errar, sem culpa, livremente... com olhos e boca

 

I

Almeno:

Da  minha idade tenra, em tudo estranha,

Vendo (como acontece) afeiçoadas

Muitas ninfas do rio e da montanha,

Com palavras mimosas e forjadas,

Da solta liberdade e livre peito,

As trazia contentes e enganadas.

Écloga II

 

II

Oh! Quanto já que o Céu me desengana!

E eu sempre porfio

Cada vez mais na minha teima insana!

Tendo livre alvedrio;

Não fujo o desvario;

E este que em mim vejo,

Engana co’a esperança meu desejo.

Ode à Lua

III

Amada Circe minha

(Posto que minha não, contudo amada),

A quem um bem que tinha

Da doce liberdade desejada

Pouco a pouco entreguei,

E, se mais tenho, inda entregarei

Ode IV

 IV

Quem pode ser no mundo tão quieto,

Ou quem terá tão livre o pensamento,

Quem tão experimentado e tão discreto,

Tão fora, enfim, de humano entendimento

Que, ou com público efeito, ou com secreto,

Lhe não revolva e espante o sentimento,

Deixando-lhe o juízo quase incerto,

Ver e notar do mundo o desconcerto?

(…)

Que, por livre que seja, não se espante?

(…)

Dir-me-eis que, se este estranho desconcerto

Novamente no mundo se mostrasse,

Que, por livre que fosse e mui esperto,

Não era de espantar se me espantasse;

(…)

Ó inimigo irmão, com cor de amigo!

Pera que me tiraste (suspirava)

Da mais quieta vida e livre em tudo

Que nunca pôde ter nenhum sisudo?

Oitava I

 V

Assim vós, Rei, que fostes segurança

Da nossa liberdade, e que nos dais

De grandes bens certíssima esperança:

Nos costumes e aspeito que mostrais

Concebemos segura confiança

Que Deus, a quem servis e venerais,

Vos fará vingador dos seus revéis.

E os prémios vos dará que mereceis.

Oitava III, Sobre a seta que o Santo Padre mandou a el-Rei D. Sebastião, no ano do Senhor de 1575

 VI

E se quiser saber como se apura

Nũa alma saudosa, não se enfade

De ler tão longa e mísera escritura.

Soltava Eolo a rédea e a liberdade

Ao manso Favónio brandamente,

E eu já a tinha solta à saudade.

Elegia I

VII

Se quero em tanto mal desesperar-me,

Não posso, porque Amor e Saudade

Nem licença me dão pera matar-me.

Elegia II

 

VIII

Que pois já de acertar estou tão fora,

Não me culpem também se nisto errei.

Sequer este refúgio só terei:

Falar e errar, sem culpa, livremente.

Triste quem de tão pouco está contente!

Com ter livre arbítrio, não mo deram,

Que eu conheci mil vezes na ventura

O melhor, e o pior segui, forçado.

Canção X

CAMÕES, 500 anos