9.3.07

Contra a corrente...

No dia sete de Março de 2007, a peça "Episódios da Vida Romântica, representada pelo Grupo dramático "Há Cultura" conseguiu fixar a atenção de 2oo alunos no Auditório "Camões". Apesar da cedência à graça, por vezes, um pouco rasteira, Eça de Queirós ficou mais perto de ser lido. E, sobretudo, ficou provado que é possível trazer "o teatro" à Escola.
Há mais de quatro anos que ansiava por este acontecimento.
Não tenho dúvida de que se a Escola se abrisse à prática teatral, utilizando os recursos de que dispõe, dentro de pouco tempo, teríamos alunos a escrever pequenas peças que poderiam levar à cena no referido Auditório.
O Auditório "Camões" merece ter um reportório próprio, capaz de se impor como espaço de cultura aberto à comunidade, à cidade.
Nesta mesma semana, surgiu um outro sinal que não deveria ser desprezado: os jovens lêem muito mais do que se pensa, sobretudo, narrativas. Há neles uma grande apetência pelas "estórias". E gostam de partilhar as suas leituras, ainda que não canónicas...
Esta paixão pelas "estórias" esconde o desejo de conhecer o sentido da História, de dar um sentido à VIDA.
No entanto, a Escola continua escrava do PROGRAMA, limitada ao básico. Sem perceber que o básico seca o espírito, torna-o estéril, gera a imbecilidade.
A imbecilidade que horrorizava o Eça..., levando-o à denuncia corrosiva dos Dâmasos e dos Gouvarinhos...

2 comentários:

  1. 1. A peça valeu a pena.
    2. Valeu sobretudo a pena (leia-se a tinta) que a escreveu - a do Eça, primeiro, e a de quem, depois, adaptando o texto integral,criou um novo acontecimento para representação. Estava ali tudo o que o título propunha: episódios.
    3. Os actores não frustraram as expectativas, mesmo com uma ou outra 'rasteira', apelando à simetria histórica, mesmo com uma ou outra 'cunha', discretamente ajeitada, mesmo com alguma dose de caricatura, como quem provoca e com isso prende a atenção.
    4. Os alunos aderiram, mantiveram-se firmes, com correcção (o que nem sempre acontece), e aplaudiram, espontaneamente, sem esforço.
    5. O 'promotor' (também blogguista) safou-se: fez-se teatro a sério na escola (diferente do que estamos habituados, infelizmente, a assistir algumas vezes), a coisa correu muitíssimo bem e, igualmente importante, pagou-se prontamente à companhia. O saldo, feitas todas as contas, foi positivo. Marcou pontos para uma titularidade merecida (embora não reclamada)!
    6. O plano nacional de leitura bem podia apostar nisto, na Escola, fazendo escola, que também assim se aprende a ler. Afinal, para quem distribui computadores a fundo perdido... uns troquitos a mais e sempre atenuava o custo do bilhete...

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  2. Subscrevo todas as palavras ( de um e do outro).

    Parabéns ao Organizador!

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