Há greve da função pública...
Mais uma vez, estarei do lado dos conformistas ou, se epicurista, do lado dos indiferentes... Se não é verdade, parece.
No entanto, esta semana, organizei uma visita de estudo ao Palácio Nacional de Mafra, em que a maioria dos alunos participou de forma empenhada, apesar de alguns terem primado pelo desrespeito quer dos colegas quer dos guias da visita - ostentam um ar trocista de aborrecimento e, ao mesmo tempo, de superioridade; não sentem qualquer pejo em cortar a palavra ou em chegar atrasados...
Amanhã, esses alunos esperam que os professores façam greve...
Um autocarro ficou sem embraiagem. Sem ruído, encostou à berma da autoestrada e a autoridade verificou zelozamente os documentos da viatura, que 30 minutos mais tarde é substituída e tudo volta ao normal. Entretanto, compreendi que o veículo já partira da sede da empresa "com problemas"...
Amanhã, os mesmos veículos continuarão a circular...
Afónico, desde 2ª feira, insisti em cumprir todas as minhas actividades lectivas e não lectivas... o que não impediu que certos alunos se estivessem nas tintas para a dificuldade em que o professor se encontrava.
E amanhã, esses mesmos alunos perguntarão se o professor faz greve...
Um pouco por toda a parte, encontramos quem não queira colaborar, quem não queira partilhar informação, quem esconda o jogo. E é pena, porque ao lado, há quem esteja disponível para colaborar na construção de uma sociedade mais esclarecida...
Amanhã, essa disponibilidade mantém-se, apesar dos olhares reprovadores, das palavras travessas...
Amanhã, serei menos (ou serei mais?) funcionário público...
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