11.11.07

A Casa-Museu

A Casa-museu existe um pouco por toda a parte. Escondida, envergonhada, de tempos a tempos, lá recebe um visitante, também, ele tímido e um pouco assustado.

A Casa-museu oferece a privacidade do seu antigo proprietário, quase sempre, ridícula e acanhada. Espera-se que o homem ou a mulher se tenham conseguido erguer daquelas quatro paredes e tenham deixado obra, lá longe, na capital, no estrangeiro, no mundo.

Por exemplo, o Alexandre Herculano de Vale de Lobos (Santarém), surge de pés-de-fora, tal é a pequenez da cama. Visto daquele lugar não ombreia, de modo nenhum, com o Herculano que jaz nos Jerónimos. Mas, mesmo lá, a centralidade, é fugaz ao olhar, quase sempre atraído para um qualquer evento musical. Pelo menos, sempre vai ouvindo música. Na casa-museu, talvez oiça os pássaros!

Ora, Salazar, tendo em conta a dimensão do homem, também merece a sua casa-museu, em Santa Comba Dão. Não irá incomodar ninguém e sempre deixará feliz algum turista ou algum nostálgico que por ali passe. A memória do homem deve ser preservada, até para que não se repita.

Desta vez, tenho de concordar com o Vasco Pulido Valente, apesar de eu saber que ele detesta o cheiro a caruma. Detesta tudo o que cheire a campo. O que faria ele, se o desterrassem para a província? É por isso que ele concorda que Salazar seja banido para Santa Comba.

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