Enquanto leio "Resgatados...", vou pensando no calculismo que medra atualmente nos bastidores da vida política nacional e europeia.
Este livro é, para mim, surpreendente pela metodologia utilizada pois, ao evitar a verdade das câmaras, acaba por revelar a voragem sequencial dos acontecimentos de ângulos opostos, mas esclarecedores...
Lá no fundo, os governos portugueses, desde a entrada na união europeia, dançaram todos ao som da orquestra franco-alemã. E quando foi necessário dizer não, já era tarde: a atividade produtiva fora desmantelada e a aposta no investimento público (2008) esbarrou na nova era da austeridade (2010), sempre sob a batuta alemã... Os empréstimos tinham que ser pagos!
Os credores aproveitaram e lançaram-nos o garrote.
José Sócrates bem se esforçou, mas, infelizmente para nós, parece que o amigo Santos Silva ainda não dispunha de meios para nos salvar. E por outro lado, a oposição, além de viver na ignorância, só sonhava com a manutenção (Cavaco Silva) ou o retorno ao poder (PSD)...
Espero que o António Costa tenha este livro na mesa de cabeceira e o vá relendo para não cair nas ilusões de Sócrates...
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