12.9.18

O racional específico

«Uma consciência histórica do mundo não faz parte do Mito Americano - que, por orgulho de Povo Eleito, não pode deixar de desconfiar de que a História como tal é por certo uma invenção suspeita, uma malignidade peculiar ao Velho Mundo para envenenar a América, impondo-se como passado a ela.» Jorge de Sena, in Os Americanos e a História, e Portugal,1969.

Ler este ensaio esclarece quanto à natureza do pensamento do atual Presidente dos Estados Unidos. Para Trump, o passado identifica-se com o Mal. Como um entrave à execução do seu sonho… Ele fez-se eleger para cumprir o seu próprio destino…
Estas considerações podem parecer absurdas, mas o mesmo se passa atualmente em Portugal, um país sem História, que é necessário tratar como uma criança. É necessário mimá-lo, ensinar-lhe os mínimos (aprendizagens essenciais), sem ir além do «racional específico», isto é, ignorar a História e maltratar todos aqueles cuja função é assegurar a ligação ao passado e abrir as portas do futuro.
No entanto, em Portugal, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos da América, esse trabalho é delegado nos pasquins de serviço…
Se não perceberem o título, recomendo a leitura do Despacho n.º 8476-A/2018 , de 31 de agosto. 
Cheira a Estado Novo, mas por salutar ignorância… 

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