Quando me falou de
olhar o ensino a partir das crianças fiquei com a ideia de que ia falar-me de
competências e de vocações...
Sim, há para mim um aspecto
fundamental que é este: vivemos perturbados e preocupados com a necessidade de
gerar competências, competências, competências. E não nos damos conta de que
encharcamos as crianças de tal maneira com competências que nunca chegamos a
saber quais são as suas capacidades. Ora a escola tem um período inicial, que
pode ser de anos, deve ser de anos, em que fundamentalmente o importante deve
ser soltar as capacidades máximas de cada criança. E agora que eu conheço a
capacidade máxima de cada criança, então sim, introduzo as competências. Como é
que vou saber as suas capacidades? Distinguindo competência do conhecimento.
Conhecimento, até há pouco tempo, estava ligado a uma certa universalidade do
saber. Hoje, o conhecimento está muito ligado à sociedade de inovação, à
criação de valor, portanto, muito comprometido com uma sociedade tecnológica.
Mas o conhecimento mais global, mais universal, é fundamental para desenvolver
as capacidades, e quando confundimos conhecimento com competência ou o
entalamos dentro desta ideia de sociedade de inovação, entulhamos as crianças
com coisas que não lhes dizem nada e deixamos de ser capazes de compreender as
suas capacidades. Desenvolver as capacidades de uma criança é um dever que
qualquer pessoa ligada à escola e à educação. A seguir vamos trabalhar o
conhecimento, que já permite desenvolver pensamento crítico, escolher. Competências e capacidades
Se Laborinho Lúcio tem razão, isso significa que, ao entrar no ensino secundário, cada aluno já deverá ter consciência das suas capacidades… isto é, cada aluno levará consigo um registo das suas capacidades, competindo ao professor colocá-lo em situação de… Fazer o quê?
Sem comentários:
Enviar um comentário