12.8.19

De regresso

Ontem, nem sequer cheguei a entrar na 'Montanha', lembro agora, o que me deixa pesaroso, como se a ficção fosse mais interessante do que as filas para atestar o depósito de gasolina. Eu, que raramente o faço, lá me sujeitei ao ritual deste último domingo, em vez de entrar num qualquer templo religioso como mandaria a boa educação…
De regresso à 'Montanha' e a casa, avancei, entretanto, até à página 610, por entre debates fervorosos de Naphta e de Settembrini sobre a natureza das ações do homem ao longo dos séculos - obscurantista e iluminada - sem que Hans Castorp se disponibilize a favorecer um dos seus mentores… posto que tal lhe inviabilizaria, por exemplo, a experiência alucinatória vivida durante um nevão.
De significativo, no VI capítulo, o retorno e a morte plangente tenente Joachim, sem que o patético deixe de nos convidar à gargalhada nos momentos mais solenes:
«A senhora Stohr chorou com entusiasmo perante a transformação que o corpo de Joachim exibia:
- Um herói! Um herói!- gritava sem parar, ao mesmo tempo que pedia insistentemente que tocassem a «Erótica» de Beethovem na hora do enterro.»

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