6.8.19

O tempo de leitura

Hans Castorp também faltava o fôlego, sobretudo quando decidia desrespeitar a disciplina do Sanatório Internacional Berghoff - afinal, ele não passava de um visitante que, entretanto, apanhara uma constipação, dizia ele, interessado em analisar as múltiplas expressões do 'tempo'.
Este 'também' pressupõe que o leitor o seja de facto, e não apenas alguém que está de passagem. 
Já lá vão sete semanas naquela montanha suíça, e eu só avancei 258 páginas. Hans Castorp acabou por baixar à cama para conter o sopro pulmonar e, principalmente, o rubor que lhe assaltava o rosto, já que não conseguia descer dos 37,7º, ficando à mercê do enigmático Behrens...
A vida na montanha decorre para uns como antecâmara da morte e, para outros, quase como estância turística. De notável, os diálogos entre Hans Castorp e o italiano Settembrini…
(…)
Por aqui, junto ao mar, o tempo de leitura parece ser o de quem lentamente sobe a montanha… Há horas em que o vento incomoda, mas nunca neva...e a salada algarvia surpreende.

Sem comentários:

Enviar um comentário