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Sintra, 29-06-2021 |
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
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Sintra, 29-06-2021 |
Os símbolos, por ora, são outros, mais prosaicos.
E os comportamentos? Esses são de afirmação do que há de mais boçal e incontinente...
Daqui a umas horas, a euforia ou o desalento tomarão conta dos próximos dias...
Agora é só ansiedade bem regada e língua solta...
Na porta dos fundos, os desmandos continuam, impunes.
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À venda por 200 milhões de dólares! |
De qualquer modo, vou evitar o Alemanha - Portugal.
Para sofrimento já basta!
Não sei como...
sentir apenas o que nos pode sossegar
Existir como se fosse possível
ignorar e ao mesmo tempo ser...
e, claro, continuar a fingir
(Mesmo que o diabo já nos tenha abandonado...)
Compreendo que haja uns tantos agradecidos e agraciados, mas não creio que este seja o melhor caminho. O que faz falta é mudar a agulha: substituir os frutos podres, podar a árvore, libertá-la do caruncho. E depois, quanto aos que não têm memória não vale a pena vaciná-los. O melhor é deixá-los construir as suas próprias memórias... e esperar que daqui uns anos não tenham a triste ideia de se quererem perpetuar nas gerações seguintes.
Finalmente, as celebrações são muitos caras... bem sei que vem aí bazuca, mas convém não esquecer que, por definição, a bazuca é uma arma cujo raio de destruição é elevado.
O postal está, há meses, colocado à minha frente. Só que eu não o vejo ou, melhor, não o interrogo...
Até que, subitamente, os significantes começam a perturbar-me: - Como é que tu podes viver rodeado de signos que não compreendes? Deixa lá as pessoas e dá-nos um pouco mais de atenção...
Em 1970, o mundo exterior era mesmo exterior, o festival da eurovisão pertencia a outro dimensão. À época, os milagres ainda eram esculpidos em retábulos a ouro ou em palavras de redenção.
(Hoje, ouvi o Jerónimo de Sousa afirmar que está preocupado com a entrega de dados de ativistas russos, residentes em Lisboa, à Mãe Rússia...)
Ando a ler, mesmo se sentado, o livro de Afonso Cruz, Jalan Jalan, Uma leitura do Mundo...
Leio sentado, porque o livro é bem pesado e sentencioso. Para lá da suposta leitura, observo múltiplas leituras resultantes da estratégica mudança de ponto de vista, de modo a fugir à opinião e à crença...
Andar através dos livros, dos montes, dos territórios, das religiões, das filosofias, das políticas, das literaturas, das línguas é caminho de uma entropia crescente... volumosa, fragmentada, em que nos vamos dissolvendo de forma, por vezes, divertida porque inesperada.