26.8.21

O besouro 🐞

Refém de mim próprio, talvez!
Todos conhecemos o princípio: a liberdade de tudo querer, a liberdade de tudo poder, a liberdade de tudo fazer...
Por tácitos motivos, deixamos de fazer, desculpamamo-nos com o desnorte da vontade e, quanto ao querer, desconsolados, deixamo-nos estar.
Tudo o que ainda fazemos é reação a estímulos que a consciência nos proibe de rejeitar. De nada nos serviria hipotecá-la. A mão perde-se no vazio e nada temos para penhorar.
Posso olhar a flor, procurar a abelha, ver se a borboleta se oferece, mas a única impressão é a de que o besouro veio para ficar.
Hoje, acordei, sem perceber porque há mais de 300.000 besouros diferentes na terra, e que há quem os saiba distinguir. Talvez, um dia, alguém explique cientificamente que eu sou um desses insectos que nunca chegou a saber que a liberdade é uma borboleta.
(As borboletas não têm fé, seguem um roteiro de que ignoram a finalidade, obedecendo. A não ser que a fé seja uma forma de obediência.)

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