Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
6.11.11
Cores de outono
5.8.11
Ao entardecer…
Sem o tanger dos sinos, mas com lua cercada de fogo!
Cá por baixo, uma desordem errática!
(…) A esta hora um cantor de feira ecoa, sem saber que atrapalha quem procura dormir. Levantou-se tarde, não almoçou e, talvez, venha a cear uma asa de frango com dois dedos de carrascão…
/MCG
14.7.11
A metamorfose
As pedras nuas surgem-nos insensíveis, estéreis; excepcionalmente preciosas. As fronteiras são claras! Só a picareta as pode pulverizar…
No entanto, por aqui, às pedras, no leito do rio, não se lhes vê as raízes, mas a cabeleira é abundante e verdejante, e florescem… só não vou a tempo de lhes saber o fruto.
Se Mia Couto por aqui passasse, inventaria, certamente, a estória do velho que, farto da cidade, se teria lançado ao rio na esperança de lhe descobrir a foz. Este, porém, metamorfoseara-o em pedra vegetal.
7.4.11
Todo este país é muito triste…
SEGUNDA — (…) De resto, fomos nós alguma cousa? (…) SEGUNDA — Todo este país é muito triste... Aquele onde eu vivi outrora era menos triste. Fernando Pessoa, O Marinheiro |
São quatro donzelas, uma morta e três vivas, mas podia ser ao contrário: três mortas e uma viva; ou apenas, UMA, debruçada sobre si, num gesto plangente de rejeição do presente e de reinvenção de um passado outrora feliz… Deste modo, sobra o gesto fingido da revelação de novas existências capazes de estimular o imaginário colectivo se este não estiver definitivamente enterrado no areal europeu… Interpretando o sonho pessoano de tornar o outrora-agora, o grupo de teatro da ESCamões mostrou-me, na última 2ª feira, que só a criação de novas existências pode contrariar a ideia de que Todo este país é muito triste… |