13.1.10

Barreiras à solta…

 

Se quiser salvar uma língua de prestígio como o francês, ameace com a oferta do espanhol. A língua vizinha assusta! Parece que esta língua deixou de estar à altura do "século do ouro"! Ter-se-á tornado numa língua "demasiado fácil"?!

Como é que medimos o prestígio de uma língua?

(Um ministro português afirmou recentemente que a língua portuguesa vale 17% do PIB.) Seria interessante saber quanto valem a s outras línguas para os respectivos países.

 

Ainda fará sentido temer a Espanha? O medo é um instrumento facilmente manipulável. Sobretudo, quando a comunicação entre os povos é escassa. E a comunicação autêntica só é possível na língua, neste caso, nas línguas – portuguesa e espanhola – gerando um salutar e próspero bilinguismo.

Considerando as nações que constituem a Ibéria, uma educação plurilingue e intercultural deveria assentar no bilinguismo e no biculturalismo, quer falemos de Portugal, da Galiza, da Catalunha, do País Basco… ou de Castela…

Haverá ainda quem acredite numa economia pujante em Portugal sem a cooperação com Espanha?

E se a estratégia de recuperação económica passar por Espanha, que língua devemos utilizar? - O Inglês? Um novo crioulo?

 

 

 

12.1.10

Desafios

Responsável involuntário por um departamento curricular de línguas, interrogo-me sobre o que fazer com ele. Um departamento, histórica e geneticamente, dividido. Aparentemente, o primeiro objectivo seria eliminar a fronteira, gerando estratégias de socialização…

No entanto, sinto que o legislador ao criar esta estrutura procurou criar relações hierárquicas em vez de desencadear processos cooperativos…

E por isso creio que a única forma de combater aquele propósito passa por colocar o departamento ao serviço do aluno, procurando contribuir para a sua educação plurilingue e intercultural.

Neste sentido, proponho que sejam desenhadas duas novas estratégias: - uma plurilinguística e outra literária.

O departamento deverá, doravante, apostar estrategicamente na oferta plurilingue: Latim; Português; Português Língua Não Materna; Espanhol; Francês; Inglês e Alemão… Assim como deverá apostar na educação literária, nas dimensões europeia, lusófona e local.

Assim, não só o departamento curricular de línguas poderá vir a oferecer novas disciplinas como, talvez, necessite de repensar a sua oferta no que se refere à área de projecto.

E para que estas ideias possam ser inscritas nos projectos educativo e curricular da escola é necessário encontrar quem queira, em equipa, levá-las à prática…

10.1.10

E se passar este pórtico?

E se passar este pórtico, o que é que eu descubro? Ontem, fiquei a saber que a antiga igreja-sede da paróquia de S. Francisco de Assis, em Lisboa (no Mosteiro de Santos-o-Novo) , só abre à 6ªfeira, às 17h30.
(De acordo com informação institucional: O Mosteiro de Santos-o-Novo é notável, pelo seu grandioso Claustro e pela sua Igreja dedicada aos Santos Mártires de Lisboa: - Veríssimo, Máxima e Júlia, cuja Festa se celebra a 3 de Outubro. A sua utilização inicial foi como Convento das Comendadeiras de Santiago de Espada.)
No entanto, as portas estão fechadas! Porquê? Será porque no mosteiro do século XVII instalaram a residência universitária do ISCTE?
De fora, a ideia é de ruína! Um dos edifícios encontra-se parcialmente arruinado.
Curiosamente, o “Palheiro” albergou o Instituto do Professorado Primário Oficial Português ou Instituto do Presidente Sidónio Pais, tendo o convento das Comendadeiras da Ordem Santiago de Espada sido transformado inicialmente em residência para os filhos dos professores primários. Lá residiram, entre outros, o professor cientista Pinto Peixoto, o humorista Zé Vilhena e a ex-deputada Odete Santos. Esta última, já como estudante universitária e que ficou com uma péssima imagem da instituição.
Apesar de tudo o que eu não sabia antes de me aventurar pela história deste edifício, pelo menos, do século XVII, o que continua na minha retina é que parte da fachada deste património está muito mal tratado e, provavelmente, esconde muitas histórias mal contadas ou por contar, desde que a República tomou conta dele. Sem esquecer os acessos, vergonhosos…
Quem é que gere este património?

8.1.10

Desarrumo na fronteira…

Acordo, casamento, pacto… entre o mesmo sexo (ME/Sindicatos; Homem/Homem – Mulher/ Mulher; Governo /Oposição…) Sem esquecer o Pinto da Costa que, ao contrário de Orpheu, eliminou finalmente a fronteira que separa a vida da morte …

O impossível perde, a cada passo, o prefixo, atirando-nos para o jardim das delícias…

Um jardim, para mim, inefável… tal como Lídia Jorge o define, ao interrogar o futuro, sem perceber que este já não é inevitável: «E o inefável é aquilo que sucede de forma tão densamente expressiva que se torna impossível analisá-lo ou sobre ele falar, para reutilizar a própria semântica da palavra.» Contrato Sentimental, 2009

Ainda perplexo, pensei que era melhor esquecer o dia, quando compreendi que este era diferente dos anteriores. Afinal, a chuva cedeu o lugar ao frio, impedindo-me de mergulhar nas águas regeneradoras da euforia… e, de súbito, regresso aos PARAÍSOS ARTIFICIAIS de Jorge de Sena: Inefável é o que não pode ser dito.

Não há mais pardieiros, promiscuidade, compadrio, censura, mediocridade… no meu país.

7.1.10

Quando a resposta tarda…

Falar do tempo não faz qualquer sentido, embora nos encontros fortuitos possa ser tema dominante. Há muito que o arrumei na gaveta aristotélica da metafísica. Nessa gaveta, guardo tudo o que se vem tornando inexplicável. Lá moram Deus, a Alma, a Vida Eterna, o Sentido… E por isso também não me passa pela cabeça "enganar o tempo"!

O que é irremediável, remediado está! Compreendo que se possa querer enganar o envelhecimento, que esse, sim, é de ordem física! Todavia, não creio que se possa voltar atrás.
O Corpo estrangula o Sentido até que a matéria de que é feito se diluía, se dissolva perdidamente…

Quando a resposta tarda, não é má vontade, é apenas uma recaída… a grande Ilusão!

5.1.10

Dúvida

 

A palavra 'carantonha' é uma palavra simples ou modificada por sufixação? Na 2ª hipótese, qual é o sufixo?

2.1.10

Ter tempo… no Museu do Neorrealismo

Finalmente, arranjei tempo para ir a Vila Franca de Xira visitar o novo Museu do Neo-Realismo. Em destaque, uma exposição (escrevivendo) sobre a vida e obra de Urbano Tavares Rodrigues; outra (completíssima) sobre Soeiro Pereira Gomes; e uma terceira sobre a globalidade do movimento neo-realista,  no que se reporta à literatura, ao teatro, ao cinema e à música.

Para quem não esteja muito apressado, pode, durante 1h30, revisitar os homens e as mulheres que, de algum modo, se opuseram ao Estado Novo e, deste modo, compreender os dramas vividos pelo povo e, também, os dramas sentidos pelos artistas que, em muitos casos, vítimas da censura, da clandestinidade ou das prisões acabaram por ficar prisioneiros das suas circunstancias.

(Entrada gratuita.)