26.8.06

O vínculo social e o princípio da performatividade

«O estado e/ou a empresa abandonam a narrativa de legitimação idealista ou humanista para justificar a nova situação: no discurso dos capitalistas de hoje, a única situação merecedora de crédito é o aumento do poderio. Não se pagam sábios, técnicos e aparelhos para saber a verdade, mas para aumentar o poderio Jean-François Lyotard, A Condição Pós-Moderna
Afinal, a decisão de eliminar a abordagem da literatura, em si e numa perspectiva diacrónica, resulta da necessidade de legitimar a decisão do estado e das empresas de apenas apostarem na expansão do poder, deixando cair por terra tudo o que, desde o Renascimento, suportava o vínculo social.
Assim se compreende que o professor tenha cada menos poder de decisão, pois deixou de ser pago para ajudar a criar uma sociedade mais justa, mais verdadeira, mais bela. Hoje é pago segundo o critério da «eficiência»: «um acto «técnico» é bom quando realiza melhor e/ou gasta menos que outro»
A formação do professor obedece cada vez mais a uma lógica em que o princípio da performatividade justifica todas as decisões por mais que elas atentem contra o vínculo social.

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