( Um diálogo sem tom... ou talvez um pouco arrastado e monocórdico)
- Minha Senhora, que horas são?
- São três e um quarto?
-Muito obrigado.
(Pausa de 20 segundos)
- Meu senhor, que horas são?
- São três e 20.
- Muito obrigado.
(Para a primeira interlocutora) - No relógio daquele senhor são três e vinte!
- Pois é!O meu relógio deve estar um pouco atrasado...
- Pois é! Muito obrigado.
(Pausa de três minutos)
- Minha senhora, que horas são?
- São três e 20.
- Muito obrigado. Ah, mas no relógio daquele senhor são três e 25!
- Pois é. Ainda não acertei o relógio!
- É pena! Onde é que estamos?
- Na paragem do aeroporto.
- Muito obrigado. Há aqui um aeroporto? Pra quê?
Vozes espontâneas: - E se fosse apanhar o avião!?
Há cada vez mais perguntas absurdas, perguntas que não procuram uma resposta. Perguntas que, apenas, servem para experimentar o outro - o amigo, o colega, o vizinho, o estranho, sobretudo o estranho ( o sociólogo dirá que a pergunta pode criar uma relação de vizinhança!)... Perguntas estranhas que servem para assegurar que o outro ainda nos vê ou nos ouve. E o outro, polido, lá vai respondendo monotonamente: - São 17:12 horas... Os outros, sem paciência, já há muito que deixaram de ouvir!
E se deixassemos, todos, de fazer perguntas?
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