5.5.08

Falta pouco...

 A ideia é criar um site onde os alunos possam classificar trimestralmente os respectivos professores.

Apesar de tudo, sempre é melhor que deixar a avaliação aos pais e encarregados de educação. A relação diária com os alunos deixa obrigatoriamente uma impressão. Positiva? Negativa?

Seja qual for o juízo, o aluno fundamentá-lo-á melhor que qualquer outro interveniente no processo. A argumentação, por muito elementar que seja, revelará se o juízo é sincero ou forjado.

O convívio diário professor-aluno desencadeia um tipo de interacção que deveria ser testemunhada não apenas por um observador externo, teoricamente mais experimentado, mas também pelos jovens que, de forma, por vezes, cruel, outras, benevolente, lidam anualmente com um conjunto de professores bem diferenciado.

Não há ninguém mais apetrechado para avaliar o professor que os seus alunos. E não apenas os de agora, os de ontem e os de outrora... Por isso a ideia de criar um site onde os alunos possam classificar os seus professores não me parece descabelada... quem tem medo dessa voz que nos habita os dias e as noites?

O caminho: saber ouvir, aceitar o comentário frequentemente estereotipado, questionar a boçalidade,  registar o alheamento, atravessar-se no jardim narcísico, provocando a quebra do espelho...

( Há dias assim: tantas são as perguntas que ficam por responder que prefiro a provocação, o alheamento, o sorriso escarninho de um aluno ao secretismo daqueles olhos inquisitoriais que vasculham as salas de aula à procura das vísceras de um tempo irreversível.)

4 comentários:

  1. Concordo em certa parte com a avaliação por parte dos alunos mas por outro lado, nem sempre a nossa opinião se baseia na qualidade de ensino do professor, mas sim na relação pessoal que se vai estabelecendo. E isso tanto pode ser benéfico ou prejudicial.

    Sou aluna do Lyceu Camões.
    Rita Aleixo

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  2. Comentário interessante. Resta saber qual é o papel da "relação pessoal" no processo de ensino-aprendizagem. Ao deitarmos fora esse factor, estaremos prontos para fecharmos as escolas. O e-learning reinará, dando lugar ao desenvolvimento cognitivo e à morte da emoção, da relação. O mundo será certamente diferente. Para melhor?
    Qual é o contributo da emoção para o apuramento da qualidade?

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  3. Pois é, a relação pessoal com os professores e principalmente professoras é muito importante.O e-learning é feito à distancia e trata apenas texto, nunca se poderia ver as professoras que por vezes tanto prezamos... pelo conhecimento que é transmitido nas aulas é claro ! lol

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  4. Sempre achei que o aluno aprende mais, ou interessa-se mais pela disciplina quando a relação pessoal com o professor é boa.

    Não concordo de todo com uma escola virtual, sem os nossos professores. O não-interesse pela escola, pelo estudo, será maior.

    Até porque além de aprendermos a matéria leccionada por cada um dos nossos professores, alguns ensinam-nos muito mais que isso.
    Há uma partilha de conhecimentos, de sabedoria de vida, que é muito saudável.

    Sem esses factores, a escola não é escola. Sem professores 'palpáveis' a escola não é escola. Torna-se um mero jogo de computador.

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