Hoje, li uma dúzia de actas… na demanda de um balanço que acaba por ser ele próprio um constrangimento. Detrás da enunciação o dispêndio do tempo, da vida, ergue-se sorrateiramente: - Tanto tempo para nada!? Uma lista interminável de actos preenche o vazio da folha, dá-lhe vida. E a mim, traz-me cansaço, perturbação: – Devo ser simpático? Arrasador? Sentir-me gratificado? Traído?…
As respostas deixam de me interessar, e entro por outras páginas. Páginas de cumplicidade de Mário Sá Carneiro e de Ponce de Leão, autores de “A Alma”, onde esbarro na personagem Jorge que responde a Martim: «Nada que é tudo. / E é tudo porque a vida é constituída afinal por uma série de nadas. E logo o Ulisses de Fernando Pessoa me acena : O mito é o nada que é tudo.
E fito nas galerias do Liceu Camões, três vultos que fogem da sala 41, descem precipitamente a escada, e correm para o Clube Estefânia porque não podem perder a primeira temporada da Sociedade de Amadores Dramáticos: Sá-Carneiro, Ponce de Leão e Tomás Cabreira Júnior.
No balanço de 2008/2009, não há sombra nem de AMIZADE (1912) nem de A ALMA (1913). E é pena!
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