Em vez de apostar no país, os partidos apostam cada vez mais em castas. Criam-se novos figurantes e reconhece-lhes nobres lutas…, quando, na maioria dos casos, nem minorias representam. Entram em cena endeusados, à medida dos plasmas a que acedemos por “fibra”… Ou será por ráfia?
Qualquer português consegue identificar meia dúzia dos problemas que nos atormentam e, também, conseguirá apontar duas ou três soluções… No entanto, nenhum dos novos portugueses sabe ir além do seu círculo de amigos (e de palavras), de tão globais que são perderam a noção do local. E as melhores soluções são locais. As soluções globais são sempre devastadoras!
Por uns tempos, vamos ouvi-los perorar uma linguagem barroca, sedutora. Aos amigos dirão que o orçamento é vasto e que a cultura não mais será ultrajada. Aos amigos prometerão que “casar” voltará a significar “juntar casas” e que as leis que contrariam os seus impulsos serão revogadas. Aos amigos imporão a lei do mais forte, do mais mecânico… Aos amigos reafirmarão que não haverá mais limites nem fronteiras… Aos amigos mostrarão que nada há de ignóbil em acumular riqueza…
E os restantes, a maioria, nada poderão dizer, propor, impor… apenas lhes é exigido que, inebriados, votem no dia certo, à hora certa, nos novos figurões.
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