Muito do que sei (ou já soube ?) devo-o a alguém. Por exemplo, o que, ainda, sei sobre Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, em parte, bebi-o na obra comprometida de Alfredo Augusto Margarido que me ensinou o caminho para essa fundadora CASA que, contrariando os objectivos do Estado Novo, nasceu no seio da Casa dos Estudantes do Império (CEI). Sem ela, a CEI, e sem ele, Alfredo Margarido, o CASA lusófona seria bem diferente. É, também, dele, Alfredo e da CEI que nos fala PEPETELA, na 1ª parte de GERAÇÃO DA UTOPIA, “A CASA”, um romance a (re)ler.
Ora, o Alfredo Augusto Margarido, morreu silenciosamente no dia 13 de Outubro, aos 82 anos. E esse silêncio faz-me pensar que até já os correlegionários perderam a memória.
Há anos, na Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo, descobri na Biblioteca do Departamento de Estudos Ibéricos uma série de trabalhos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, de Paris.
ResponderEliminarDescobri, ainda, que muitos artigos ali eram assinados por Alfredo Margarido (investigador daquela instituição de reconhecido mérito).
Descobri, também, que o seu nome era mais conhecido e respeitado por aquelas bandas do que pelas nossas (com excepção da Gulbenkian, que lhe dava atenção).
De regresso à pátria, esta que tantos vultos continua a matar lentamente, deixei de o descobrir.
Não estranha, portanto, que o seu passamento se desse em total alheamento. Já nada se estranha, de resto. Nem a morte!...