13.11.13

Da referência ou falta dela

Ao assistir à Gala "Camões A Nossa Escola", ia-me dando conta da quantidade de vultos que frequentaram o Liceu / Escola Secundária durante mais de um século e, ao mesmo tempo, ia pensando no modo como se constrói / destrói uma instituição. Ou seja, dei comigo a pensar nas omissões e nas promoções que voluntária ou involuntariamente fazemos...
Em 100 anos, é fácil destacar e esquecer!
Em 100 anos, a opinião tende a ocupar o lugar dos factos e quando isso acontece a referência dilui-se. Isto é, quando privilegiamos uma época ou uma individualidade, estamos a criar as condições para a menorização da instituição.
Em 100 anos, os antagonismos tendem a ser duais, e mesmo que saibamos que uma oposição é constituída por múltiplas expressões, acabamos por colocar do lado da "liberdade" quem se digladiava, desde que fique clara a frente de combate e, pelo caminho, vão ficando todos aqueles que, por convicção, não colaboravam com qualquer das partes...
Em 100 anos, a "liberdade" e a "opressão" tendem a cavar vias sinuosas, em vez de deixar que as avenidas se encham de todos aqueles que cavaram a terra e seguraram as escoras.
Quanto maior é o combate, maior é a necessidade de reunir todas as referências, sem artificioso unanimismo.


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