11.8.15

Esta manhã no restaurante O Tabuleiro...

Esta manhã, no restaurante O TABULEIRO, fui interpelado: - «Então, ontem, o senhor não escreveu nada? Não deu notícia de nada?»
Até hoje, ninguém se tinha queixado! Desculpei-me como pude: na verdade, as notícias que poderia ter registado já são antigas, apesar de se repetirem diariamente. Aproveitei para informar o meu interlocutor (o senhor Eduardo) de que ando a ler um livro que esgota a minha atenção, um livro de difícil manuseamento (pesa 1300 gramas!), um livro sobre a geografia da terra e dos comportamentos humanos - alemães, espanhóis, mexicanos, americanos (USA), chilenos... de ditadores e de acólitos e, finalmente, das suas vítimas; um livro cru e cruel, um livro que ainda não entendi como foi possível escrevê-lo em tão pouco tempo, sob o cutelo da morte iminente...

Para que se entenda que escrever pode ser um caminho tortuoso, Da PARTE DE ALMAFITANO, transcrevo:

«Bom, disse o jovem Guerra, se quer saber mesmo o que penso, eu não acredito que seja verdade. As pessoas veem o que querem ver e o que as pessoas querem ver nunca corresponde à realidade. As pessoas são cobardes até ao último alento. Digo-lhe isto confidencialmente: o ser humano, falando grosso modo, é a coisa que existe mais parecida com uma ratazana
                                                                                                             Roberto Bolaño, 2666
 

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