2.1.17

É poucochinho

«Il faut épouser son temps», avait un jour lancé le peintre Daumier à Ingres. «Et si le temps a tort?» lui avait répliqué le néo-classique. (Grégoire Delacourt, 2015, Les Quatre Saisons de l'Été, pp 233-234, Le Livre de Poche.

Daquilo que ouvi, ontem, ao Presidente da República, fiquei convencido de que ele sabe agradar a todos, pois é isso que todos esperam dele.
Uns ficaram satisfeitos porque ele elogiou a Coligação; outros ficaram agradados porque ele enviou recados à necessidade do Governo corrigir o rumo, designadamente em termos de investimento, desenvolvimento da economia e da diminuição do desemprego...
E tudo o que disse foi para uma plateia que parece existir para além dos agentes político-partidários - uma plateia que sorri facilmente, que se entusiasma com discursos redondos, sem espinha dorsal.
O Presidente da República de ontem fez-me lembrar um ator que sobe ao palco para agradar à plateia, independentemente das convicções de cada um... talvez porque as convicções de cada um sejam cada mais frágeis...   
Há quem diga que o discurso foi muito bom, pode ser, mas não vi (nem ouvi nele) nada que possa desfazer as contradições que minam a Coligação... a não ser o otimismo, a esperança!

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