Neste interminável ficheiro de autores e respetivas obras, surge-me o amigo e poeta Silva Carvalho.
Desta vez, folheio o livro "Ao Acaso" (1986), suspendo o registo, e vou lendo algumas das 300 oitavas, pensando que o Poeta merecia melhor sorte, isto é, merece ser lido e discutido…
e de súbito fixo-me em três versos:
Trata-se de sobreviver, não de sentir ida
a memória por algum desejo ou desperdício.
Sentir, sabe-o bem, é o maior e árduo vício.
Afinal, é isso: trata-se de sobreviver, liberto da (in)voluntária memória - duplo fardo, na ausência e na presença - e, sobretudo, de evitar o sentir, porque este prende, aliena, queima a energia que ainda resta...
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