24.12.18

Inconfidência de natal

Desde cedo habituei-me a viver com a distância. Escrevo 'habituei...', mas, olhando para trás, prefiro 'aprendi...' com a distância… 
A proximidade tornara-se mais dolorosa do que a distância. Partir tornou-se natural por necessidade. Ficar era adiar qualquer forma de ser.
Se na partida havia dor, não sei especificá-la, pois não correspondia a qualquer tipo de saudade… o que havia era uma necessidade de me adaptar à viagem, ao espaço em que acabaria por me encontrar.
Adaptar-me, não para ficar, mas para ser, o que poderia significar partir de novo… 
Ao contrário dos que voltam, felizes, o regresso foi sempre uma forma de capitulação…
Talvez seja por tudo isto que em qualquer partida antevejo um sorriso, mesmo que esta possa ser a derradeira…
Ficar é adiar, regressar é capitular…

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