12.2.23

Sem pergunta nem resposta

Deixo a Palavra a quem a sofreu

Sou pedra ou movimento? Que serei?

Alguém responderá. Mas quem? Ou quando?

Estou assim entretanto. O meu modo de ser

é todo este não ser possível perguntar e responder

Sou uma enorme dúvida estendida da cabeça aos pés

Nem sei já se nasci ou quando ou se morri

Não sou todo este ser que finalmente de si mesmo se cansou

E abro muitas bocas. Quem à minha volta?

Nunca estive mais perto de ninguém

                                                                    Ruy Belo (1932-1978)

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