27.2.23

Uma sensação de desnorte

 

(Foto da Praça da Figueira. É pena que assim a tenham baptizado, pois anteriormente era conhecida como Praça da Erva, topónimo bem mais adequado aos dias de hoje...)

De vez em quando, atravesso a Baixa lisboeta e fico, sempre, com a mesma sensação: quase deserta, frequentada por turistas com pouco dinheiro e por vendedores de boteco ou de rua que esperam que os ajudem a salvar o dia, sem esquecer os que por ali preguiçam à espera nem eles sabem do quê.
E claro, há sempre obras erráticas. Não se vislumbra nenhum plano de intervenção global no espaço pombalino. Cada empreendedor intervém a seu belo prazer, indiferente ao passado e ao futuro daquele território. 
Fico, sempre, com a sensação de que o 'coração' da cidade está doente e que, aos poucos, vai definhando.
Apetece-me apontar o dedo ao  jurisconsulto João das Regras, dizendo-lhe que ele é o culpado desta pasmaceira, pois, ao legitimar a fundação da dinastia de Avis, alterou, de forma irremediável, o curso da História. No entanto, quem o conheceu diz que o homem era muito inteligente. Pelo menos, Fernão Lopes soube tomar partido da sua argumentação...  D. João I  soube recompensá-lo principescamente, tal como fez com Nuno Álvares. 
Não podia ser de outro modo! Ontem como hoje! 
Os professores, esses, podem esperar...

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