19.5.24

Fantasma digital


Estou a ler um livro deveras interessante: Fantasmas digitais, de Davide Sisto.

Como já cheguei a uma idade que me permite pensar o que ocorrerá com o meu desfecho biológico, isto é, com o meu regresso à matéria inicial, seja de forma lenta ou acelerada, sempre breve... este livrinho levanta-me, agora, o problema se vale a pena eliminar, ou, pelo menos, ocultar a minha mísera presença digital, sob a forma de fantasma digital, que ficaria por cá a incomodar os vivos, criando-lhes a ilusão de um diálogo, que, afinal, nunca seria autêntico, por mais dados que tivessem sido convocados para a construção de um hipotético holograma...
a não ser que este fantasma digital mais não fosse que um Homero capaz de deixar obras fantásticas como a Ilíada e a Odisseia.
Em síntese, o melhor é começar a apagar a pegada digital, porque falta a obra que pudesse circular na dimensão dataísta.

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