11.11.11
Vândalos de palmo e meio…
Será que estes jovens se comportam diferentemente em casa e na escola? Provavelmente, não. Devem ser os mesmos que não param em casa ou que faltam à escola e cujo comportamento continua a ser desculpabilizado, senão premiado!
Assim, vamos construindo o futuro! E tal como vai o mundo, não me espantará nada que que alguém me venha dizer que já são “heróis” no Facebook!
9.11.11
Ilusões!
«Miserum est enim nihil proficientem angi.» Cicero, De Natura Deorum
A cada dia que passa, sinto que há cada vez mais gente atormentada, sem proveito. Ainda se as tormentas significassem desafios, essa inquietação poderia fazer sentido, porque vencê-los significaria superação!
Mas não! O que se passa é bem mais grave: cai-se na escuridão porque os espelhos se quebram, tornando claras as pústulas da ilusão.
E a Ilusão não vale o sacrifício de uma vida!
6.11.11
Cores de outono
5.11.11
Ricos pilhos!
«Senão o lobo, a raposa, o pilho de dois pés zarpavam com a mamata.» Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam.
Já não sei se matamos a língua (e a literatura) para ocultar a mamata ou se é ao contrário: a fraude impõe a morte da língua.
Termos como comezaima, comilagem, conezia, cunha, expediente, furto, ladroagem, mama, marosca, negociata, nicho, pitança, prebenda, propina, roubo, sinecura, tacho, teta, tráfico, tribuneca, veniaga são o grito abafado de um povo esbulhado da sua própria voz.
E esse povo, ao perder a língua, morre de vez asfixiado pelos pilhos de dois pés!
2.11.11
Ociosidade…
Variam semper dant otia mentem – A ociosidade causa sempre desorientação. (tradução livre)
Se para Platão, a ociosidade era necessária à indagação reflexiva e pressupunha riqueza daqueles que dispunham do tempo necessário à investigação e à especulação, para Sá de Miranda e para Camões a ociosidade, alimentada pelos pardaus da Índia, efeminava os espíritos, tornando-os fonte de inevitável decadência.
Por seu turno, Eça de Queirós associa ociosidade a diletantismo e a indigência, condenando impiedosamente os polidores de esquinas que infestavam a capital do reino.
Hoje, a ociosidade deixou de ser um privilégio (conquistado ou herdado) para se tornar condenação de milhões de seres humanos, e que, desorientados, estão prontos a marchar sobre os templos que abrigam os modernos bonecreiros.
31.10.11
O Terror
29.10.11
Alexandre Herculano - o anonimato
À beira-estrada, era possível ver que ali, na Azóia de Baixo, na Quinta de Vale de Lobos, residira um homem ilustre, que terminou os seus dias, longe da Corte, a produzir azeite – herculano. Um belo exemplo de civismo!
Hoje, para quem passa, não há uma placa que assinale o lugar onde o historiador se refugiou, apesar de por lá terem sido plantadas, a partir de 1999, 150.000 oliveiras num sistema de rega importado do Canadá.
Sugestão: Se ainda é o senhor Joaquim Santos Lima que dirige a exploração, peço-lhe que aproveite umas gotas dos subsídios que recebe da União Europeia para assinalar aos transeuntes que ali se produz um azeite com tradição, mas, também, que por ali paira o espírito de Alexandre Herculano.
E já agora acrescento que também não gosto de ver uma ponte romana escondida por um canavial por entre o qual corre uma água suja que aparenta não ter apenas origem nas recentes enxurradas…
/MCG