Não o meu, que, incapaz de acompanhar as exigências do tempo que corre, se torna cada vez mais passado inventado, porque o outro, o perfeito, se recusa a sair da toca…
Agora, quando me prometem um futuro radioso, desconfio. Se não vejo o projecto bem delineado, fico inquieto, não por mim, mas por meus filhos, pelos teus filhos e, sobretudo, pelos filhos que desconheço… Estes a que ninguém dá atenção e em nome dos quais se fazem as revoluções…
Hoje, a voz promissora de vários militantes ecoa no meu cérebro dividido: um leve arrebatamento esmorece à falta de projecto que dê rosto aos filhos que desconheço…
Daqui em diante, vou estar mais atento a esses filhos que bem poderiam ser meus… esse é o meu futuro!
Quanto ao resto, vou distanciar-me para que a insustentável leveza do ser não me atraiçoe…
Não ouvi a voz da militância, mas adivinho-a, sabendo-a.
ResponderEliminarParaísos na terra, como de resto no céu, esses, não os diviso, por agnosticismo ou falta de crença, que vai dar quase ao mesmo.
Por isso, também o futuro me dói, o meu como o dos outros que bem poderiam igualmente ser meus filhos.
Para além da família, só agora tal importa, que, à falta evidente de projecto(s), continuam os resultados fazendo sentido. Os resultados reais e evidentes, os que farão crescer aqueles que bem poderiam ser meus filhos e que não têm culpa nenhuma do desatino dos adultos que deixaram de crescer.