13.6.09

Sem sair do país de Sócrates...

Na barragem do Maranhão, este sábado traz-me ao pensamento (à falsa memória) os impressionistas que trocavam Paris pelos recantos bucólicos dos rios e dos lagos franceses. Alheados da realidade envolvente, acampavam sobre relvados viçosos e penhascos erotizados Ao fim da tarde, regressavam taciturnos e mais obesos, mas disso não reza a pintura do século XIX. Hoje, não vi nem pintor nem paleta, vi apenas quadros, em alguns casos, cenas do quotidiano que sintomaticamente completavam o filme que vi ontem "Almoço de 15 de Agosto".
O argumento não era muito diferente. Só mudava o cenário e alguns detalhes (franceses!): os velhos satisfaziam o desejo de ser bons anfitriões desde que os não contrariassem; o filho já perdera pai e mãe (sorte a nossa!), ouvia-os atentamente e servia-os sob o toldo da autocaravana.
De política, não se ouviu falar. Apenas, o Correio da Manhã derramado sobre uma mesa de café. Rádio e televisão só com recurso a parabólica. Supermercado de stock esgotado. Piscina seca apesar da canícula. De diferente, as formigas pretas e enormes que insistem em trepar corpos desnudos... e, em particular, uma lição de lavagem de loiça divina... Quando um homem decide ensinar outro homem!

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