Quando a espiritualidade entra em crise, o recurso à transcendência perde todo o sentido. Em alternativa, a atenção humana ainda procura voltar-se para o Ideal, para a Revolução, para a Utopia, sempre com o intuito de criar um novo homem, mais justo, mais solidário, mais fraterno. No entanto, esse novo homem acaba por se revelar déspota, ganancioso e predador. Eliminados o Destino, Deus, o Ideal, a Revolução, a Utopia, que lugar sobra para a consciência? Uma consciência criada para servir a Ordem! Perante a Desordem, a consciência apaga-se de vez e o Ser que resta opta pelo Cifrão e pelo Momento.
(Em memória de Raul Brandão.)
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