15.5.10

Hoje…

«Não, ainda não se proíbe ninguém de ler. Não, ainda não se queimam livros.» João Bénard da Costa a propósito do filme de François Truffaut, FAHRENHEIT 451 /1966

Em 2010, a destruição de livros está inscrita na lei. A imagem é quase tudo. A felicidade e o prazer são os que são proporcionados pelas drogas e pelo virtual – e cada vez mais pelas redes sociais virtuais!

Em 2010, os bombeiros que reprimem o prazer solitário da leitura já não são necessários. Creio, todavia, que um ou outro bombeiro incendiário talvez pudesse despertar em nós a sede de transgressão levando-nos a cobiçar os proibidos livros, sem ser necessário regressar ao tempo da oratura – o tempo anterior ao livro –, um tempo esfíngico, subordinado ao rigorismo ou ao laxismo da memória.

Quanto ao filme  FAHRENHEIT 451 /1966, os dois lados da moeda equivalem-se na anulação da consciência. Impera um pensamento geométrico que me arrasta para a leitura de Blaise Pascal… E dele para o jansenismo….

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