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Portugal é pintado como um paraíso de paz e harmonia, numa altura em que boa parte da Europa agonizava com a II Guerra Mundial e se tornava ponto de passagem ou de refúgio para milhares de pessoas, entre os quais escritores célebres como Alfred Döblin, Antoine de Saint-Exupéry ou a actriz Erika Mann, filha de Thomas Mann. Os depoimentos, em que relatam as suas impressões do contacto com o país, são lidos pelos actores Hanna Schygulla, Rudiger Vogler e Christian Patey.
(Se quis ver o documentário tive que me deslocar ao Campo Pequeno e entrar nos curros abundantemente decorados com imagens e artefactos cinematográficos de mau gosto, para além dos tectos baixos impregnados do cheiro a pipocas e do martelar de teclados e bombos ensurdecedores.)
No meio do conflito mundial, a excentricidade do Mundo Português surpreende os refugiados e arrasta o povo miserável, eternamente grato a um redentor (Oliveira Salazar) sob o abraço universal do Cristo Rei, para uma guerra colonial anunciada.
Insistir que Salazar nos livrou da guerra é uma aberração, pois todos sabemos que a “nossa guerra” se aproximava por nos termos conluiado, primeiro com os franquistas e depois com a Alemanha nazi. Em tempo de guerra, os exércitos precisam de rectaguarda e o Portugal de Oliveira Salazar estava à mão… A estratégia de Salazar esteve em saber aproveitar as necessidades alheias, adiando o sacrifício do seu povo…
Sim. Gostei de ver “Fantasia Lusitana”. Mas não gostei do ar fascinado dos espectadores que sorriram do acasalamento das cebolas com as batatas e, sobretudo, que não sentiram vontade de cuspir para o chão!
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