Se a diminuição dos cartazes é um bom sinal, não deixa de ficar por fazer o balanço daqueles que foram atirados para o desemprego!
Se a ausência de cartazes nos poupa os olhos, não deixa de ficar por saber quantos oftalmologistas perderam clientes que já tinham como certos!
Na minha zona de voto só há um cartaz esquecido que não desperta a atenção de ninguém, a não ser a de um outro trocista que o aproveita para despejar a sua ira.
No tempo dos cartazes, aumentava o consumo de latas de tinta, de lápis, de marcadores e de navalhas. Havia felinos, sobrancelhas gigantes, bochechas ou, apenas, bigodes. Havia, por vezes, aliterações fixes, metáforas paradisíacas e, sobretudo, havia SOL, coisa que, hoje, talvez para castigo nosso, deu lugar a uma luz esbranquiçada bem próxima da cor da agonia…
E foi neste tom que lá entreguei à urna um voto que deixou de ser meu para seguir o seu caminho!
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