22.3.11

Margem de manobra…

I - Presidente da República:“…tudo isso reduziu substancialmente a margem de manobra de um presidente da república atuar preventivamente”.

Nunca pensei que um Presidente da República, a 24 horas da catástrofe, pudesse fazer tal declaração! De verdade, não soubemos interpretar aquele tom mastigado e arrastado como sintoma de inaptidão para o desempenho da função presidencial. E agora vamos sofrer as consequências da nossa cegueira.

O Presidente, incapaz de actuar preventivamente, e fazendo de conta de que não dispôs de informação a tempo e horas, prepara-se doentiamente para o rescaldo… Para que servem a Casa civil e a Casa militar da Presidência? Não será precisamente para suprir as dificuldades de comunicação entre os órgãos de soberania, que, para bem da nação, devem usufruir de canais de informação próprios?

Em situações de perigo, de crise, de catástrofe o que define o homem é a capacidade de manobrar na linha que separa a vida da morte.

II – Por outro lado, e na mesma linha de actuação, o Partido Socialista continua, também ele, à espera do rescaldo, na expectativa de que o engenheiro Sócrates seja definitivamente devorado pelo incêndio. 

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