18.6.13

As consequências de uma escolha

«As consequências de uma escolha, de um modo geral, duram mais tempo do que a autoridade que aconselhou a fazê-la..»Zigmunt Bauman, A Vida Fragmentada - Ensaios sobre a Moral Pós-Moderna, 1995.
 
Na vida pública, a autoridade faz, em nosso nome ou por capricho, escolhas que, no momento, parecem auspiciosas, mas que se revelam fatais. Entretanto, o decisor põe-se a milhas e nós ficamos irremediavelmente reféns do nosso deslumbramento inicial.
A assunção da responsabilidade deixa de se colocar, pois, afinal, a autoridade beneficiou da nossa cumplicidade. E como tememos o Caos, delegamos a resolução do problema  em nova autoridade que, não se fazendo rogada, nos cobra os desmandos da autoridade anterior...
E tudo como observava, em 1982, Cornelius Castoriadis: «Os seres humanos não são capazes de reconhecer o Caos, não são capazes de se confrontar de pé com o Abismo.» Isto é, o ser humano prefere a cartilha, a Ordem!
Nos últimos dias, em Portugal, o combate, em nome da designada 'escola pública', fez-se em nome da Ordem, ou melhor, a batalha colocou frente a frente duas ordens de interesses que pecam por não assumir a responsabilidade de escolhas que, com o tempo, se revelaram fatais para as gerações atuais e futuras.  

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